Protetores solares: Como Usar e o Que Escolher

Focámos já, em outras ocasiões, a importância da protecção solar, mas com a aproximação do Verão nunca é demais relembrar os cuidados a ter. É sabido que o sol é essencial para a saúde e, de acordo com as características de cada pessoa e do tempo de exposição, pode ter repercussões positivas ou negativas. Como aspecto positivo, salienta-se o facto das radiações solares favorecerem a produção de vitamina D, necessária para o metabolismo do cálcio e para evitar doenças como o raquitismo. O sol também afecta beneficamente o estado de espírito, estimulando o bom humor. A exposição solar inadequada tem aspectos negativos, nomeadamente na pele, como queimaduras, alterações de pigmentação, envelhecimento precoce e cancro da pele; e nos olhos, como o aparecimento de cataratas, entre outros problemas.

Sabia que o bronzeado é uma reacção cutânea à agressão dos raios solares? Quando estes atravessam a pele esta produz mais melanina (substância que dá cor à pele) como forma de se proteger. Esta capacidade natural de protecção dura apenas um certo período de tempo e, não esqueçamos que a actual qualidade da radiação solar é perigosa devido à poluição, sendo o bronzeado natural protecção insuficiente. É ainda importante lembrar que o sol afecta de forma diferente os diferentes tipos de pele.

A radiação ultravioleta (UV)
A luz do sol é composta por raios com comprimento de onda e energia variáveis, sendo que uma parte dos raios solares é retida pela camada de ozono. Os raios UVB, são os mais perigosos para a pele e uma exposição solar excessiva provoca escaldões, queimaduras e cancros da pele (o melanoma é o mais perigoso). Os raios UVA são responsáveis pelo envelhecimento prematuro da pele (esta deixa de ser macia e surgem rugas) e afectam o sistema imunitário. Está provado que os UVA são co-responsáveis pelo aparecimento de cancro cutâneo. Os cabelos também são afectados pelos raios UV, tornando-se secos e quebradiços.
As radiações UV estão presentes na luz do dia, em quantidade que varia com a latitude, a hora do dia e o índice de poluição. São mais intensos nas zonas próximas do Equador e nas regiões polares. A comunidade científica definiu um parâmetro, o Índice UV, que funciona como indicador para as exposições a este tipo de radiação, para que assim todas as pessoas entendam os seus efeitos nocivos. O Índice UV varia entre menor que 2, em que o UV é baixo, 3 a 5, Moderado, 6 a 7, Alto, 8 a 10, Muito Alto e superior a 11 Extremo. Para a latitude de Portugal, os valores médios de UV de Outubro a Abril situam-se entre 3 e 6, o que significa Moderado, com possibilidade de Alto em alguns momentos e entre 9 e 10 de Maio a Setembro, o que corresponde a Muito Alto.

Os protectores solares
Para evitar os riscos, devemos proteger a pele através do uso de protectores solares, principalmente no Verão e também durante o resto do ano. De acordo como exercem a protecção, os protectores solares podem ser: químicos - absorvem e convertem a radiação em calor, mas podem desencadear reacções alérgicas em indivíduos susceptíveis; físicos ou minerais - reflectem a radiação, não sendo absorvidos pela pele, e são especialmente indicados para crianças e peles sensíveis.
Independentemente do seu tipo, os protectores apresentam um Factor de Protecção Solar que é usado para descrever a “intensidade” com que protegem das radiações UVB, prevenindo eventuais queimaduras. Para além da protecção contra os UVB (expressa pelo FPS), também deve proteger contra os raios UVA.

Como usar o protector solar
O protector solar deve fazer parte dos cuidados diários (e não apenas no Verão), em especial durante as actividades ao ar livre e reforçada nos dias de mais calor. É importante usá-lo correctamente:

• aplique-o 30 minutos antes da exposição, repetindo a aplicação frequentemente (a cada 2 ou 3 horas) e após o banho, mesmo que o rótulo refira que é à prova de água;
• aplique-o generosamente: para proteger o corpo de um adulto de estatura média, deve aplicar uma quantidade de 35g, o que equivale a 6 colheres de chá. Não esqueça as zonas mais sensíveis: rosto e orelhas; para os lábios use batom com protecção.

Outras medidas
O uso de protectores solares é apenas uma das medidas de protecção, pelo que deve ter em consideração outras medidas importantes:

• a exposição deve ser gradual, para que a pele se possa adaptar;
• evite a exposição excessiva entre as 11h e as 15h;
• evite a exposição directa de bebés e crianças pequenas;
• use chapéus, óculos de sol e tenha sempre uma sombra para se poder abrigar;
• use roupas claras e amplas, de materiais naturais como o algodão;

Lembre-se que mesmo em dias enevoados, 80 a 90% das radiações atravessam as nuvens e o nevoeiro, atingindo a pele com igual gravidade. Durante os banhos e enquanto nada, a água oferece uma protecção mínima contra os UV. Se usar autobronzeadores para obter um bronzeado mais intenso, mantenha o uso de protector solar.

Como escolher o protector solar
O protector solar deve proteger contra os UVB e os UVA, ser adequado à idade (as crianças necessitam sempre de um FPS mais elevado), ao tipo de pele e ao índice ultravioleta. Assim, importa conhecer o tipo de pele (fotótipo) e a respectiva reacção à radiação solar para escolher correctamente o FPS. Recomenda-se um FPS, no mínimo, de 15, independentemente do tipo de pele, pois segundo a Organização Mundial de Saúde, os cremes com índice inferior não previnem o cancro de pele. Existem 6 fotótipos:

A toma de antioxidantes antes, durante e após a época balnear também é recomendável, nomeadamente betacaroteno, selénio e vitaminas E e C que favorecem o bronzeado e ajudam a retardar o envelhecimento da pele. Hidrate a pele após a exposição solar, pois a aplicação de um creme hidratante ajuda a prevenir o envelhecimento precoce. Escolha um creme ou gel à base de Aloe vera, uma planta bastante útil em casos de queimaduras solares.

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